Ganda medida governamental!

Não resisto em falar sobre o famigerado mosquito Aedes aegipty e a recente decisão do Governo da República em pulverizar os aviões quando partem do Aeroporto da Madeira.

Faz-me muita confusão algumas coisas. O famoso mosquito já anda a incomodar a população da Madeira desde 2005, e parece que só em 2008 é que o Governo da República "enxergou" o dito insecto... 3 anos de "falta de vista"? E o que andou a fazer o Governo Regional? Seriam a "crise" e a falta de "fundos comunitários" os culpados de sempre pela falta de tomada de medidas eficazes contra o alastrar desta praga?...

E agora, passados 3 anos, decidem pulverizar aviões... OK, não custa tentar. Mas e os aviões que saiem do Brasil e de África, serão pulverizados também? E os cargueiros que trazem diariamente para Portugal (que inclui Continente e Ilhas, caso não se recordem) matérias-primas provenientes de regiões onde existe o Aedes aegipty há muito tempo (e até o dengue e a febre-amarela), também serão pulverizados?...

Como não sou conformista e gosto de questionar tudo, há algo que não encaixa na minha cabecinha. Então, se desde há muitos muitos anos, transitam pessoas e mercadorias entre esses países "infectados" com o mosquito e Portugal (inclui continente e Ilhas), porque é que só agora é que o maldito insecto decidiu "formar uma colónia" na Madeira se já teve outras oportunidades?...

Mas será que ALGUÉM já parou para pensar que o mosquito pode não ter vindo nos aviões para a Madeira e ter apanhado uma boleia de alguma "corrente de ar", mais quente do que o habitual? E se o mosquito estava apenas "à espera" das condições ideais para mudar-se mais para Norte?

Ahh... pois é... ninguém se lembrou do aquecimento global e das alterações climáticas. Ninguém reparou no facto de o aquecimento de apenas um grau ser suficiente para desestabilizar muitos ecossistemas e levar a que "pragas tropicais" se desloquem mais para Norte.

Continuem... Continuem a pulverizar aviões... Mas não se esqueçam que os mosquitos têm asas!

E é por essas e por outras que o Mundo está como está... E é por essas e por outras que nunca se vai à raíz do problema e preocupam-se apenas com o acessório...

Enfim! Que a Natureza tenha piedade de nós... Amen!