quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Aos Que Passam Em nossas vidas

Cada um que passa em nossa vida passa sozinho...
Porque cada pessoa é única para nós
,e nenhuma substitui a outra.
Cada um que passa em nossa vida passa sozinho,
mas não vai só...
Levam um pouco de nós mesmos
e nos deixam um pouco de si mesmos.
Há os que levam muito,
mas não há os que não deixam nada.
Há os que deixam muito
mas não há os que não deixam nada.
Esta é a mais bela realidade da vida...
A prova tremenda de que cada um de nós é importante
e que ninguém se aproxima do outro por acaso

Antoine De Saint Exupery

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Continuar a sonhar por um mundo melhor

Como cansa esta chuva que não pára, este vento que nos enxovalha, esta tristeza de ver o sofrimento de quem fica sem os seus haveres que levou uma vida a conseguir.

Como cansa ver sempre as mesmas ideias, as mesmas palavras vazias dos mesmos de sempre, que falam como se todos nós fôssemos burros, lavando as mãos da responsabilidade, que nós sabemos que é deles.

Como cansa receber tantas vezes as mesmas mensagens, copiadas de qualquer lugar, sem imaginação e sem sentimento, só porque sim, é preciso dizer alguma coisa.

Com cansa a arrogância e o desplante de ouvir falar pessoas que nunca fizeram nada de útil na vida, mas sentem-se tão à vontade, para dizer mal dos outros.

Como cansa a falta de humildade para ouvir as opiniões diferentes, como se só existisse a sua verdade absoluta, que apenas está nas suas cabeças tão pequenas, como pequena é a sua forma de pensar e de agir.

Cansa, mas que poderemos fazer senão continuar a sonhar por um mundo melhor?

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Até já querem tirar os feriados!

Eles já não sabem o que defendem para continuar a comer tudo e a não deixar nada.

Agora vêm com a invenção da retirada de alguns feriados como se fossem alguns dias de descanso anual que alterassem a situação caótica em que o País se encontra.

Enquanto os lucros abundaram e a vida lhes corria às mil maravilhas, sem nenhum beliscão nos seus rendimentos, eles só falavam por altura da negociação dos contratos de trabalho, agora, que as contas chorudas podem diminuir um pouco, já querem cortar em direitos livremente aceites alguns muito antes da própria liberdade.

Ainda bem que algumas consciências dizem não a este absurdo, porque da parte de quem trabalha já basta a incerteza que domina em todo o lado, hoje têm trabalho mas o amanhã é tão incerto que a vida fica cada vez mais adiada.

O mais ridículo desta proposta é que ela surge no ano em que muitos feriados calham em fins de semana. Para desgraça já basta esta.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Será que a culpa vai morrer solteira?

Há coisas que mexem com a gente mais do que outras e o que acontece com os temporais na nossa Região é muito grave para ficar quieta, sem dizer nada, só porque é Natal.

É verdade que sempre existiram acidentes graves na altura dos temporais na Madeira. É verdade que a nossa orografia não permite grandes coisas em relação à prevenção, mas também é verdade que se escavou a Região por todo o lado, tapou-se ou desviou-se os leitos das ribeiras e dos ribeiros, construi-se no Litoral de forma vergonhosa e irresponsável, agora, quando a natureza vem em toda a sua plenitude procurar o seu caminho e o encontra bloqueado e obstruido, levando com a sua foça tudo o que encontra pela frente, vem-se culpá-la pelos pecados que as mãos de alguns humanos cometeram, assistindo-se ao ridiculo dum médico presidente de Câmara dizer, que a culpa foi do temporal, que sempre foi assim, blá, blá, ...

Estamos em pleno século XXI é já possível prever muito do que pode acontecer quando aprovamos um plano para determinada obra. Alguns Túneis eram perfeitamente dispensáveis. Cultivar no leito das ribeiras é um disparate que os antigos agricultores não faziam porque se guiavam pela natureza e tinham muito respeito por ela.

Por isso é preciso pedir contas aos responsáveis para que a culpa não morra, novamente, solteira e a "pobre" da natureza não vá para a "cadeia".

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Venha o sol de inverno

A vontade e o tempo para visitar este espaço tem sido pouca, mas a verdade é que quando é para desabafar ter um blogue à mão dá jeito, por isso mesmo a importância deste espaço de liberdade, sem regras estabelecidas a não ser escrever quando quero e como quero.

Cada vez ando mais decepcionada com muita coisa e o cansaço descrito pelo Fernando Pessoa é o que mais me consome. Está tudo tão igual, tão institucional, tão sem côr, tão sem irreverência, tão sem ideias inovadoras. Tudo é redito com outro palavreado, com outras imagens, mas para bem pior, confuso e sem imaginação e quando parece que vai mudar fica ainda pior.

Seja na política regional, seja nos movimentos associativos está tudo morno, e mesmo os que parecem gritar mais alto, é só fumaça, porque as consequências são zero porque ao poder estabelecido o que dá jeito é o que fez a direita no Parlamento. Para mim estava tudo previamente combinado porque o dinheiro aprovado dá jeito a quem? Aos reformados? Aos trabalhadores? Aos pobres? Ou aos mesmos de sempre? Claro que é para os de sempre com a comunicação social, como não podia deixar de ser, a dar loas e promoções porque o que vem da direita é que é bom.

Enfim vamos lá aguardar que esta situação aqueça com o sol de inverno porque agora está muito frio...

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Cansaço

O que há em mim é sobretudo cansaço -
Não disto, nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossívelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimo, íssimo, íssimo,
Cansaço...

Álvaro de Campos in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa