Aprendi a gostar de ler Saramago com o "Evangelho" o primeiro livro que li, por acaso durante umas férias, e que para mim foi como se estivesse a ler um "best Seller", enquanto não cheguei ao fim não consegui parar de ler.
Desde essa altura fiquei fã da sua forma de escrever e li outras obras. Gostei mais de umas do que de outras, mas apreciei sobretudo as suas pequenas memórias, pela simplicidade de quem fala da sua vida humilde sem complexos, ao contrário de outras pessoas que conheço que inventam antecedentes familiares, que nunca existiram, pensando que assim ficam mais importantes.
Esta recente polémica sobre o seu último livro de certa forma surpreendeu-me, sobretudo porque considero que José saramago não precisa de tanta publicidade, violenta, para vender um livro. Acho mesmo que as opiniões que ele transmitiu não foram com essa intenção mas sim o de opinar sobre o que pensa, da bíblia e de Deus, e isso ninguém lhe pode proibir, mesmo que essas ideias possam parecer aos crentes provocações. Então os não crentes não são todos os dias bombardeados com ideias provocadoras de quem acredita em seres superiores?
Fala-se muito nos direitos dos crentes mas nunca se fala, que os outros que não acreditam, também devem ter os mesmos direitos de se expressarem, com o mesmo à vontade, e foi isso que fez José Saramago.
Sobre Caim já estou a ler e estou a adorar.
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