Hoje não vou falar do pai, simplesmente porque não percebo o que deu origem a este dia, a não ser mais um, que serve para vender alguma coisa, até porque parece que os negócios andam pela hora da morte.
Quero falar das ameaças e das pedradas aos jornalistas do DN. Sobre isto apetecia-me colocar como minhas palavras o poema mais conhecido de B. Brecht. lembram-se? Aquele que diz mais ou menos assim:
Quando foi com os sindicalistas eu não me importei, eu não era um deles, quando foi com os comunistas, também não era nada comigo, e por aí adiante até que bateu à minha porta e eu olhei em redor e estava só...
É claro que as pessoas visadas, felizmente para elas, não estão sós, felizmente que ainda existe solidariedade, mas era bom que todos os jornalistas reflectissem no que disseram em outras ocasiões em que outras pessoas foram ameaçadas, enxovalhadas e algumas até foram agredidas.
Lembro-me de ter lido reportagens em que, alguns trabalhadores da comunicação social, procuraram argumentos para tentar justificar o injustificável, dando a palavra aos "agressores" como se eles fossem as vítimas, fazendo muitas vezes que as verdadeiras vítimas fossem colocadas sobre a suspeita da dúvida, e assim, a agressão passava, sem a verdadeira punição da opinião pública.
Lembro-me das muitas bocas anónimas, de rubricas de alguns jornais, a denegrir de forma vergonhosa, muitas das pessoas que tinham sido vítimas de actos idênticos ao que aconteceu agora. Ironizavam, gozavam e até mostravam alguma satisfação "sádica"com o enxovalho como se fosse tudo fosse, banal e natural.
É bom, que pelo menos este acto contra a liberdade de imprensa, sirva para amadurecer a ideia de que, o ataque à liberdade de opinião e de expressão, deve ser sempre condenado, sejam quem for as pessoas em causa, e que nunca devemos encontrar justificação para os outros que não queremos para nós.
quinta-feira, 19 de março de 2009
Liberdade de expressão para todos!
Etiquetas:
agressores,
jornalistas,
liberdade de informação,
vítimas
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